Caramujo | 9 Dicas para se Prevenir dos Caramujos

Os caramujos são uma espécie silenciosa, que vive em um ritmo que não combina com a quantidade e gravidade das doenças que carregam e os estragos que podem provocar.

Vamos falar um pouco sobre essa praga!

O Caramujo vive praticamente em um mundo à parte, se comparados aos demais animais, com sua constituição física única, a forma elegante de se locomover, a beleza de suas conchas e a capacidade de se abrigar em vegetações ou nas águas.

foto1 - 9 Dicas para se Prevenir dos Caramujos

Em um primeiro olhar, provocam uma certa simpatia pela fragilidade que demonstram, mas como vimos até aqui, é só uma primeira impressão. 

A exemplo das baratas e as formigas, são um poderoso veículo de vetores para doenças graves, como a conhecida esquistossomose. E acredite, eles podem ajudar na transmissão da dengue.

São hermafroditas, porém precisam se acasalar e algumas espécies podem gerar de quatrocentos a seiscentos ovos por ano. E com a quase ausência de predadores naturais, principalmente para o caramujo africano, fica ainda mais fácil a proliferação dessa praga.

Como veremos a seguir, seu habitat, alimentação e comportamento são simples, o que faz com que passem quase despercebidos nos terrenos, matas e pequenas correntes de água ou pareçam inofensivos. Mas só parecem. 

Por isso, vamos falar de 9 fatos sobre Caramujos que ajudam a conhecer e prevenir-se dessa praga!

Nesta página sobre Caramujos, você verá:

01 – Caramujos, caracóis e lesmas: como diferenciar essas espécies?
02 – Qual o habitat dos caramujos?
03 – Quantas espécies de caramujos existem no mundo?
04 – A grande ameaça que o caramujo africano representa
05 – Quais as doenças que são transmitidas pelos caramujos?
06 – De que forma as pessoas são contaminadas pelos caramujos?
07 – Como podemos evitar o contato com os caramujos?
08 – Como podemos controlar a população de caramujos?
09 – De que forma podemos exterminar os caramujos?

01 – Caramujos, caracóis e lesmas: como diferenciar essas espécies?

É muito comum a confusão das pessoas ao tentar identificar caracóis, caramujos e lesmas. Apesar de serem moluscos e da mesma família – os gastrópodes – essas espécies possuem diferenças marcantes entre si e que facilitam o reconhecimento.

  • Caracol: possui concha como os caramujos, porém vivem essencialmente no solo, de preferência úmido mas não alagado, e respiram por um pulmão. Não vamos encontrá-los na água, onde certamente morrem afogados;
  • Lesma: sua estrutura corpórea é a mesma dos demais, com a diferença de não ter a concha tão marcante nas outras duas espécies;
  • Caramujo: ao contrário do caracol, vive nos ambientes com água – riachos, córregos, fontes, áreas com correnteza natural ou ocasionadas por vazamentos ou alagamentos que estejam próximas de vegetação. Sua respiração é feita por brânquias.

Em termos de alimentação, elas são semelhantes: vegetais em decomposição e folhas vivas e verdes.

02 – Qual o habitat dos caramujos?

O habitat é bem típico: onde houver água que não seja forte ou profunda, um úmido e muita vegetação em torno que se decompõe naturalmente. 

  • Quintais, hortas e plantações maiores com áreas alagadas;
  • Terrenos com fonte de água e acúmulo de vegetação morta;
  • Áreas com concentração de entulho, materiais e lixo;
  • Encostas de morros com cursos de riachos e córregos.

foto2 - onde os caramujos moram

A perigosa e crescente proximidade de populações e caramujos

Em muitas ocasiões, as pessoas acabam criando esses habitat com um movimento bastante conhecido: o crescimento desordenado das áreas urbanas, invadindo espaços que são habitat da praga ou se aproximando demais deles. 

Existem relatos dessa espécie até em quintais e pontos de ônibus em cidades do Sul do país.

O cuidado deve ser redobrado com hortas e pomares caseiros, que são os melhores lugares para se alimentarem. Nesse momento, eles depositam seus ovos em folhas que julgam seguras e espalham o muco onde pode estar parasitos transmissores de doenças.

Nas áreas rurais, a construção de represas e açudes e o uso de águas e plantações sem as medidas de segurança contra a presença de caramujos podem aumentar o convívio das populações com a praga, potencializando o risco de contágio.

Não custa lembrar que a capacidade de adaptação ao meio – e às suas mudanças constantes, nem sempre saudáveis ao ecossistema – é uma grande qualidade das espécies.

04 – Quantas espécies de caramujos existem no mundo?

Existem cerca de quatrocentas espécies de caramujos conhecidas em todo o mundo. Pode parecer um número pequeno, mas esse animal é apenas um dos exemplares da classe dos gastrópodes, que por sua vez são uma divisão dos moluscos.

A grande maioria ainda é considerada inofensiva para o ser humano ou vive em regiões afastados das áreas povoadas. 

Podemos destacar três espécies que, por sua vez, são conhecidas por serem nocivas. Uma delas foi trazida de forma irresponsável e transformou em uma praga bastante perigosa.

Caramujo de jardim

É uma espécie muito populosa, encontrada em diversos ambientes que envolvem água e plantações, em especial os rurais e são facilmente identificáveis. São nocivos ao ser humano, pois servem de hospedeiros da estrongiloidíase.

Caramujo de aquário

Essa é a espécie de maior população no Brasil. Vivem em rios e lagos, principalmente os que não têm tratamento de esgoto. Com isso, se tornam o principal transmissor da esquistossomose, uma doença tipicamente social, devido à falta ou deficiência de saneamento básico.

Existe também o caramujo africano, que merece um tópico à parte.

Veja também:

04 – A grande ameaça que o caramujo africano representa

Essa espécie é certamente o maior exemplo de resultados negativos com o comportamento predatório do homem em relação à natureza.

E podemos dizer que é uma praga produzida pelo ser humano.

O caramujo africano (Achatina fulica) não é nativo no Brasil. Há algumas décadas, comerciantes na região Sul começaram a trazer essa espécie, geralmente, de regiões da África para fazer parte da gastronomia de alto nível. 

O motivo: ser mais barato que os escargots. Porém, ele não se popularizou como esperado, pois além de não ser um prato de grande consumo, a carne é mais dura e não caiu no gosto do público consumidor.

foto3 - Quantas espécies de caramujos existem no mundo

Com isso, grandes levas de animais vivos foram descartadas de forma irresponsável na natureza, sem a preocupação com a relação do animal com os ambientes onde viveria e como ele poderia se tornar um transtorno para tantas localidades.

É uma espécie que se prolifera com rapidez – pode gerar até quatrocentos ovos por ano – e bastante ativo no inverno e tem hábitos noturnos, se mantém escondido de dia e à noite ela sai para se alimentar e reproduzir.

Se uma área tem indícios fortes de caramujos africanos, o crescimento da população se intensifica após as chuvas. Pode ser um bom momento para atacar essa praga.

Em várias regiões, especialmente o Sudeste e o Sul, eles se tornaram uma praga, por conta das suas dimensões – podem medir até quinze centímetros e pesar até meio quilo – e pela voracidade com que se alimenta.

A multiplicação rápida e o grande apetite fazem dessa praga especialmente perigosa para a agricultura, pois são animais herbívoros. Com isso, os prejuízos sociais e econômicos com a perda de lavouras são incalculáveis.

E para completar os estragos causados pelo caramujo gigante, a espécie é hospedeira de parasitos que causam graves doenças ao ter contato com a sua secreção.

Curiosamente, a espécie é indiretamente responsável também pela dengue, chikungunya e zika, mesmo não hospedam os vetores dessas doenças.

A grande concha, depois que os indivíduos morrem, demora para se decompor e acaba virando reservatório de água da chuva e  um local ideal para a reprodução dos mosquitos que transmitem essas doenças.

Como vemos, o controle de pragas dessa espécie pode ser uma questão de saúde pública, especialmente onde as condições de saneamento e higiene são precárias e o animal ainda é usado como alimento.

05 – Quais as doenças que são transmitidas pelos caramujos?

Os caramujos são importantes hospedeiros de parasitas que transmitem doenças potencialmente perigosas e quase sempre relacionadas com as condições de vida de algumas populações.

Vamos falar das principais.

Esquistossomose

Talvez seja a doença mais conhecida e característica dentre aquelas que podem ser transmitidas pelos parasitos que usam os caramujos como hospedeiros. A associação da praga com a esquistossomose é tão grande que ela também é chamada de Doença do Caramujo.

O parasito schistosoma mansoni vive dentro do animal até a fase adulta, quando está pronto para infectar e o hospedeiro acaba liberando ele nas águas junto com o seu muco.

Ali, o vetor contamina as pessoas pelo contato, pois a água é um meio ideal de sobrevivência dele.

Os sintomas da esquistossomose são muitos e resultam em um quadro grave de debilitação em duas fases:

Na primeira fase, o doente apresenta vermelhidão e forte coceira no local de entrada do parasito, fraqueza, febre alta, dores musculares, calafrios, enjoos e vômitos, prisão de ventre ou diarreia e falta de apetite.

Sem o tratamento adequado, a doença avança para a segunda fase, extremamente grave, e com sintomas alarmantes, entre os quais:

  • Sangue nas fezes;
  • Cãibras;
  • Emagrecimento;
  • Aumento e endurecimento do fígado;
  • Aumento do baço;
  • Cirrose;
  • Rompimento das veias do esôfago e hemorragias.

Mulheres, crianças, pescadores e agricultores são os indivíduos mais afetados pela doença.

Como podemos ver, é uma doença tipicamente social, pois a maior incidência está nas regiões urbanas e florestais tropicais e onde as condições sanitárias e de acesso à água potável são precárias ou inexistentes.

foto4 - tipos de caramujo de jardim

Fasciolose

Essa doença infecciosa é transmitida pelo parasito fasciola hepatica, que vive nos canais biliares dos seus hospedeiros definitivos – geralmente bois, porcos, cavalos, coelhos e cabras – onde se desenvolvem e geram ovos que serão expelidos nas fezes deles.

Se esses ovos forem eliminados em águas próximas, irão se desenvolver e buscar o caramujo, que é seu hospedeiro intermediário, onde ficarão até atingir um determinado estágio de evolução.

Serão expelidos com a secreção do caramujo e vão penetrar no humano pelo contato.

A forma aguda da fasciolose é basicamente um quadro de hepatite – febre, dor abdominal e inchaço do fígado. Infelizmente, a confirmação da doença só ocorre após três meses, pois é o tempo em que o parasito começa a ser evidente nas fezes coletadas.

Na fase crônica, existe a inflamação hepática, febre constante, perda de peso, anemia, aumento de volume do fígado e do abdômen, entre outros sintomas.

Meningite eosinofílica

Essa doença é causada pelo parasita angiostrongylus cantonensis e cumpre o mesmo ritual de hospedagem e contaminação de humanos do vetor da esquistossomose.

Estudos demonstram que o caramujo gigante é a principal espécie hospedeira do parasita, apesar de existirem registros de casos no caramujo de jardim e nas lesmas.

O quadro da meningite eosinofílica é similar ao da meningite tradicional – uma inflamação das meninges, as membranas que revestem o cérebro, provocando rigidez na nuca e dores de cabeça muito fortes.

Essa localização específica acontece porque o humano não é um ambiente adaptado para o vetor, o que acaba levando ele para o sistema nervoso.

06 – De que forma as pessoas são contaminadas pelos caramujos?

Os caramujos são importantes hospedeiros de parasitas que transmitem doenças potencialmente perigosas e quase sempre relacionadas com as condições de saneamento e higiene nas localidades.

Muitos desses parasitos são ingeridos quando os caramujos consomem fezes de ratos que já são hospedeiros deles, em ambientes muito insalubres. Depois, como parte da sua fisiologia, eles expelem um muco dentro da água e, com isso, contaminam córregos e riachos.

A contaminação de seres humanos e outros animais pode se dar de algumas formas:

  • No contato com os indivíduos sem luvas ou calçados;
  • Ao usar águas com secreções da praga para banhos, beber e atividades diárias;
  • No consumo de frutas e hortaliças que contenham as larvas do animal;
  • Ao usar o animal como isca de pesca.

As medidas de prevenção, como veremos a seguir, são muitas e devem ser disseminadas nas populações, principalmente nas regiões onde a subsistência é através da agricultura e do uso das águas naturais para o consumo e a pesca.

07 – Como podemos evitar o contato com os caramujos?

Quando olhamos os diversos habitat dos caramujos e as formas de contaminação com parasitos que eles hospedam, podemos imaginar uma série de medidas simples para evitar o contato.

  • Atenção com o banho, a pesca e demais usos de águas correntes leves – córregos, riachos, fontes, onde os ovos conseguem permanecer sem serem arrastados até eclodirem;
  • Cuidados com a água a ser usada na agricultura – ela trará ovos e indivíduos para dentro das plantações;
  • Não ter contato algum sem estar com luvas ou calçado;
  • Não andar em áreas alagadas sem calçado fechado.

foto5 - como controlar os caramujos

Desinfecte os alimentos antes do consumo

Se você vive em uma área potencialmente crítica com caramujos, uma medida essencial é desinfetar os alimentos que podem ter contato com a praga. 

Uma solução caseira bastante eficiente é usar uma imersão de uma colher de chá de água sanitária em um litro de água por trinta minutos para lavar bem os alimentos.

08 – Como podemos controlar a população de caramujos?

O controle da população do caramujo pode ser feito com medidas simples e mecânicas – todas dependerão da ação das pessoas. Algumas delas são:

  • Limpar terrenos, quintais e o entorno de hortas e pomares, para evitar a atração da praga;
  • Evitar ou isolar áreas alagadas leves, que são o melhor habitat do animal;
  • Criar condições mínimas ideias de saneamento nas residências, evitando banheiros externos e uso de água sem tratamento;
  • Inspecionar constantemente o estado de folhas de plantações;
  • Evitar montes de folhagens mortas, principalmente próximos de imóveis;
  • Não colocar indivíduos vivos no lixo, pois é um ambiente favorável a eles.

Podemos perceber que são medidas intimamente ligadas às condições sociais das populações mais vulneráveis – moradores de florestas, matas, pequenos agricultores e comunidades pesqueiras e ribeirinhas.

09 – De que forma podemos exterminar os caramujos?

O método de extermínio é muito simples.

  1. Usando luvas e calçado fechado, recolha todos os indivíduos e ovos com sacos;
  2. Coloque em um recipiente de metal ou barro;
  3. Queime em fogo persistente, dentro do recipiente;
  4. Recolha as conchas, esmague e enterre profundamente.

É fundamental que o processo seja completamente executado, principalmente a destruição das conchas para evitar que se tornem depósitos de mosquitos transmissores da dengue.

Para ajudar no processo, existem as iscas tóxicas, vendidas em lojas especializadas, mas são eficientes apenas quando a infestação já é grande. A praga será atraída para fora dos esconderijos, facilitando a captura. 

A coleta, queima e descarte devem ser feitas regularmente, principalmente com os ovos. Junto com as medidas preventivas, é possível livrar-se dessa praga em pouco tempo!

foto6 - como acabar com caramujo

Como podemos ver nesse artigo, os caramujos são uma praga lenta apenas em seus movimentos. Os efeitos da hospedagem de parasitos nesses animais podem ser devastadores para o ser humano, sem contar os prejuízos nas lavouras que são a fonte de alimentação de milhares de famílias.

Com cuidados e atitudes simples, é possível controlar e dizimar a espécie, garantindo a qualidade de vida para populações que dependem quase exclusivamente das águas naturais e do cultivo para sobreviver.

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